Aposentada diz que teve residência invadida durante operação policial


POR GABRIELA SARAIVA

Por volta das 16h30 do último sábado, 28, policiais que participavam da Operação “Boca Fechada” teriam invadido e revistado a casa da aposentada Nizete Serra de Mesquita, 73 anos. Segundo ela, os homens teriam quebrado o cadeado e arrombado a porta da sua residência em busca de traficantes e drogas, mas não encontraram nenhum bandido na casa.

A aposentada contou que, no momento da ação policial, estava só em casa, dormindo sobre o efeito de uma medicação que havia tomado para dores no joelho. Ela disse que acordou assustada com o barulho da porta sendo arrombada. Que quando abriu os olhos, identificou um policial ao seu lado e teria perguntado o que estava acontecendo.

Segundo Nizete, o homem teria respondido apenas que era a polícia e que ela deveria ficar quieta. A aposentada, sem compreender o que estava acontecendo, perguntou se algum ladrão havia pulado o quintal de sua casa, tendo o policial dito para ela aguardar.

Cerca de oito homens, que estariam em duas viaturas, vasculharam e reviraram os pertences da aposentada. Ela explicou que é hipertensa e que, na ocasião, diante do susto que tomou com a ação violenta da polícia, teve a pressão elevada, passou mal, precisando pedir aos homens que a deixassem tomar um remédio. “Fiquei tonta, com muita dor de cabeça, de tão nervosa. Parecia que estava anestesiada e com a língua como se estivesse endurecida, sem que conseguisse falar”, relatou Nizete.

Para a dona de casa, a polícia confundiu seu endereço com o de traficantes da área, uma vez que no mandado de busca e apreensão consta o nome da Rua do Japão, enquanto a sua é chamada apenas de Rua Japão, no Anjo da Guarda. Ela afirmou que é na Rua do Japão que as pessoas comentam que se trata de uma área de grande incidência de tráfico. “Me perguntaram se eu vendia droga, se Roxo, Diogo, Braço e Toquinho moravam aqui na minha casa e eu disse que não. Quando falei que meu marido estava para um congresso das Testemunhas de Jeová, no Castelinho, junto com meus dois filhos de 10 e 14 anos, eles me disseram que ainda bem porque Testemunha de Jeová não mente. Na mesma hora, eu disse que eu estava falando a verdade e que não estava mentindo”, detalhou Nizete.

Desde o incidente, a aposentada disse que não vem passando bem e que, em determinadas horas, suas mãos ficam trêmulas. Nizete afirmou que não concordou com a maneira que a polícia arrobou e invadiu sua casa, sem ao menos lhe apresentar antes o mandado. “Eu nem sei como não morri. Mas isso não vai ficar assim. Já estou colocando o caso na Justiça. Acho que eles deveriam bater na porta e me mostrar a ordem judicial. Quando eles estavam saindo, a arma de um deles caiu no chão e eu não sei como não disparou. Minha casa ficou toda revirada, com minhas coisas jogadas no chão”, contou.

Outro lado – O secretário de Segurança, Aluísio Mendes, disse ter conhecimento do ocorrido e que irá ser apurado se houve equívocos nos endereços. Porém, ele afirmou existirem denúncias feitas ao Disque Denúncia (3223-5800) de que a residência servia como ponto para venda de drogas.

Link original: http://www.jornalpequeno.com.br/2010/8/31/aposentada-diz-que-teve-residencia-invadida-durante-operacao-policial-129948.htm

One response to this post.

  1. Posted by paulo on 28/07/2012 at 14:02:13

    como uma senhora de 73 anos tem filho de 10 anos????num é neto?

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