Judeus vivem a crise sem lamentações, testemunhas de Jeová defendem vida regrada (Portugal)


Judeus e testemunhas de Jeová ajudam os fiéis a encarar a crise de formas diferentes: os primeiros evitam lamentações e olham em frente, os segundos defendem uma vida regrada e precavida. Nenhum nega ajuda a quem a pede.

 

A caridade, à semelhança do que acontece no catolicismo e no islamismo, é também um pilar do judaísmo. São cerca de 300 os judeus que compõem a comunidade israelita de Lisboa e o rabino da sinagoga da capital, Eliezer Shai Di Martino, disse à Lusa que a comunidade se distribui por “vários extratos sociais e económicos, portanto cada um sente a crise conforme o seu ‘status'”.

“Temos uma associação de beneficência aqui na comunidade, gerida por vários voluntários, cujo nome, traduzido literalmente do hebraico, quer dizer ‘aquele que ampara os caídos’. Ajudamos as pessoas em dificuldades económicas de diversas formas, conforme a necessidade”, disse o rabino.

Ajudam os mais idosos que já não podem cuidar de si e não têm meios para contratar um enfermeiro, ajudam empresários cujo negócio faliu, ajudam famílias que não têm como comprar comida e roupa, e, por vezes, ajudam os desempregados a reentrar no mercado de trabalho.

Eliezer Di Martino faz questão de que as celebrações na sinagoga não sejam um momento de alheamento, e a crise, sob a forma dos problemas que afetam concretamente os fiéis, faz parte dos sermões.

“Nos meus sermões tento sempre falar de temas atuais. Aquilo que tento fazer é dar um tipo de apoio espiritual, tentar ensinar a abordagem judaica religiosa aos vários tipos de crises, tentar ver o que temos de fazer daqui em diante, em vez de nos queixarmos do que aconteceu”, especificou.

Pedro Candeias, porta-voz da Associação das Testemunhas de Jeová, declarou que esta confissão não tem contabilizado o número de pedidos de ajuda que lhes chega, nem sequer se houve um aumento nesse número no último ano, porque a gestão é feita de forma descentralizada.

Apesar de garantir que “é dado o apoio que é possível” a quem o procura, Pedro Candeias frisou que a orientação das Testemunhas de Jeová é para uma “abordagem realista” e para a defesa de um “modo de vida simples” que permite lidar com as dificuldades quando elas aparecem, e, preferencialmente, evitá-las.

“A Bíblia fala há muitos anos da importância de levarmos uma vida simples, ou seja, vivermos de acordo com as nossas reais possibilidades. Apesar de ter sido escrita há muito tempo, a Bíblia é um livro ainda muito atual. Há passagens das escrituras que mostram a importância de ser cauteloso, por exemplo, na aquisição de um empréstimo”, precisou.

Nas publicações distribuídas aos fiéis, como a revista ‘Despertai’, fazem-se inclusivamente sugestões práticas para ajudar a lidar com a crise.

“Algumas revistas têm falado da importância de fazer alguma listagem sobre o que são as reais necessidades no momento e distinguirmos entre o que são necessidades e o que poderiam ser desejos, mas que em vista das circunstâncias não podem ser satisfeitos. Sugestões muito práticas para os adultos e para os mais jovens”, exemplificou o porta-voz das Testemunhas de Jeová.

Um tipo de preocupação que ajuda a que, “quando as condições difíceis aparecem, as Testemunhas de Jeová estejam esclarecidas e preparadas para lidar com o assunto”, concluiu.

Link Original: http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2964107&page=-1

3 responses to this post.

  1. Falta o resto do artigo… que fala precisamente nas TJ…

    http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2964107&page=-1

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  2. Posted by tjnoticias on 26/12/2012 at 17:32:19

    Ajustado. Obrigado pela ajuda.

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  3. Posted by O Sentinela em Vigia on 12/04/2013 at 19:42:15

    Ótimo site! Parabéns pela iniciativa!

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